Embora 94 por cento das raparigas moçambicanas se matriculem no ensino primário, mais de metade desiste antes de chegar à quinta classe; apenas 11 por cento continuam a estudar no nível secundário e somente 1 por cento continua a estudar até à universidade. Entre as crianças que terminam o ensino primário, quase dois terços deixam o sistema sem conhecimentos básicos de leitura, escrita e matemática. A estratégia da USAID preconiza uma estreita colaboração com as escolas, professores, directores, pais e comunidades, a fim de melhorar os resultados de leitura das classes iniciais. Isto inclui: formação de professores e directores das escolas, melhoria dos materiais de aprendizagem, incentivo à utilização de ferramentas de diagnóstico da leitura e promoção de um maior envolvimento dos pais e da comunidade na educação.
Melhorar a Leitura
A capacidade do Governo de melhorar o acesso às escolas não acompanhou a sua capacidade de melhorar a qualidade. A rápida expansão do sector tem colocado uma pressão intensa na gestão das escolas, no pessoal docente e na quantidade e qualidade globais do ensino eficaz na sala de aula, resultando num grande número de escolas com vários turnos superlotados, em rácios cada vez maiores de alunos/professores e em resultados de leitura e de testes de matemática a despencar.
Um estudo sobre a eficácia escolar, financiado pela USAID, constatou que devido ao absentismo dos professores, ao tempo de instrução limitado e a outros factores que afectam negativamente a qualidade do ensino, as escolas moçambicanas foram limitadas, em média, a 30 dias de tempo de instrução efectivo por ano lectivo de 193 dias em 2010. O estudo concluiu ainda que 59 por cento dos alunos da terceira classe das 49 escolas analisadas não conseguiam ler uma única palavra por minuto nem reconhecer letras e os alunos que sabiam ler, só conseguiam ler, em média, cinco palavras por minuto. O Ministério da Educação refere que menos de metade da população termina o ensino primário, e dos que conseguem, apenas 8 por cento transitam para o ensino secundário. A taxa global de alfabetização em Moçambique é de 47%; a alfabetização feminina (28%) é muito inferior à dos homens (60%).