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Organizações baseadas na comunidade na luta contra o HIV

Conselheiros, mães mentoras e outros profissionais de saúde locais mantêm contacto com os doentes e as suas famílias para garantir que recebem cuidados empáticos, assegurando simultaneamente a coordenação com os profissionais das unidades de saúde para facilitar cuidados clínicos de qualidade.

 

O projecto Eficiências para os Resultados Clínicos do HIV (ECHO) da USAID apoia organizações comunitárias, nas províncias de Manica, Tete, Niassa e Sofala, visando ligar os pacientes ao teste e tratamento do HIV.

Quando a actividade ECHO da USAID começou em 2019, muitos moçambicanos que vivem com HIV estavam a subutilizar os serviços públicos de saúde, o que dificultava a prestação de tratamento e apoio contínuos. Para enfrentar este desafio, tornou-se essencial investir em relações sustentáveis e de longo prazo entre trabalhadores comunitários, provedores e pacientes. O projecto ECHO reforça a capacidade da comunidade em termos de sensibilização, tratamento e aconselhamento, apoiando simultaneamente os cuidados básicos e o tratamento das pessoas que vivem com o HIV.

Antes do ECHO, as pessoas com HIV tinham de se dirigir proactivamente às unidades de saúde para procurar apoio e serviços. O estigma, a falta de informação e as ideias erradas sobre o HIV constituíam barreiras ao acesso a serviços públicos de despistagem e tratamento. Esta situação mudou quando o ECHO começou a capacitar os profissionais de saúde comunitários para prestarem serviços de despistagem, tratamento e aconselhamento sobre o HIV fora das instalações dos centros de saúde.

O ECHO trabalha com organizações de base comunitária, como o Conselho Cristão de Moçambique (CCM) em Sofala, para formar profissionais de saúde e voluntários da comunidade para realizarem visitas domiciliárias onde os membros da comunidade recebem informações e apoio para o teste do HIV, tratamento, prevenção e aconselhamento. 

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Esquerda: Mãe mentora, afecta ao Centro de Saúde Número 2 na província de Tete, realiza testes de HIV para os filhos menores de um casal seropositivo. Direita: Mãe mentora, afecta ao Centro de Saúde Número 2 na província de Tete, a recolher uma amostra de sangue para realizar testes comunitários a uma criança nascida de pais seropositivos. 

“Quando fiz o teste do HIV, a mãe mentora deu-me todo o apoio para que eu pudesse continuar o tratamento e participar activamente nas consultas pré-natais. Graças a isso, eu e a minha mulher tivemos um bebé saudável”

Armando Manuel, doente seropositivo em tratamento anti-retroviral na província de Sofala

Paula e Armando Manuel beneficiaram recentemente desta abordagem. Paula, de 27 anos, ficou grávida do seu terceiro filho em 2020. Foi-lhe então diagnosticado o HIV durante uma consulta pré-natal normal na sua unidade de saúde local. Após a visita, foi-lhe atribuída uma "mãe mentora" que orientou Paula no processo emocional de revelar o seu diagnóstico ao marido, Armando. Os profissionais de saúde da comunidade visitaram Paula e Armando em sua casa para testar Armando e os seus dois filhos. Armando teve um resultado positivo e os seus filhos tiveram um resultado negativo. Ao longo da gravidez de Paula, as mães mentoras visitaram frequentemente a família na sua casa para prestar apoio consultivo e emocional. No pós-parto, o casal sabia que medicamento administrar e passou a levar regularmente o recém-nascido a consultas de crianças em risco.

O apoio robusto que receberam deveu-se, em parte, ao CCM, uma organização de base comunitária na província de Sofala que emprega actores comunitários para criar ligações entre os pacientes e as unidades de saúde. Através de fortes parcerias com as unidades sanitárias, os trabalhadores comunitários do CCM asseguram que o aconselhamento e os cuidados clínicos dos pacientes sejam de alta qualidade e empáticos. Os conselheiros comunitários e os profissionais de saúde ajudaram a Paula e o Armando a enfrentar o difícil processo da gravidez e do parto, em paralelo com o diagnóstico do HIV. Temos o prazer de informar que, mais tarde, os testes confirmaram que o seu novo bebé nasceu saudável e sem HIV.

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Esquerda: As mães mentoras, afectadas ao Centro de Saúde número 2 da província de Tete, visitam o domicílio dos pacientes, para acompanhar o seu tratamento e testar a sua família. Centro: Uma mulher falta às consultas de cuidados e tratamento do VIH depois de ter recebido medicamentos anti-retrovirais em dispensa comunitária. Direita: Profissional de saúde a distribuir medicamentos anti-retrovirais a um doente ausente na comunidade. 

Graças a estas abordagens locais, centradas nos doentes, os abandonos do tratamento e as taxas de transmissão de mãe para filho diminuíram. Nas quatro províncias onde o ECHO opera, as taxas de positividade de crianças em risco cujas mães foram diagnosticadas com HIV caíram de 5% em 2019 para apenas 2,3% agora. As desistências de doentes diminuíram de 32 059 doentes que abandonaram a terapêutica em 2019 para apenas 6 754 doentes actualmente. As estratégias de sensibilização do ECHO e o profundo envolvimento dos agentes comunitários reforçam os recursos locais para a luta contra o HIV em Moçambique.


 

ECHO é o principal programa clínico da USAID para cuidados e tratamento clínico do HIV/SIDA. O projecto, de cinco anos, apoia 148 unidades sanitárias nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Niassa, prestando apoio ao governo de Moçambique para expandir o acesso a testagem de HIV, assegurar que as pessoas seropositivas recebem tratamento, permanecem em tratamento, e reduzem a sua carga viral para colocar o vírus sob controlo.

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